sexta-feira, 27 de maio de 2011

O mundo lá fora

É noite. Há uma lua belíssima lá fora. Estou só. Aprendi a admirar a noite pelo vidro de uma janela, a fim de não sair por aí. Por medo. Medo de ser reconhecido. Medo do que vão pensar de mim. Medo de que riam de minhas vestes e que gozem de meu penteado. Medo de me perder meio a tanta futilidade.

São vinte e duas horas e eu ainda estou observando o céu. Cada estrela rende uma história e lembra uma pessoa. Fico pensando o que há fora de minha casa, dos riscos e – em contrapartida – benefícios de respirar o ar do mundo real.

Fiquei por tempos fazendo o meu mundo, no qual não estava envolvido mais ninguém que não fosse eu. Fantasiando um universo perfeito no qual as coisas seguiam o rumo que eu determinasse. Sendo o deus e o eu.

Hoje talvez eu não consiga mais distinguir o que é verdade e o que é fantasia. Talvez eu não consiga nem me lembrar das paisagens lá fora e talvez me assuste com as mudanças que vieram a ocorrer.

Mas agora decidi me destrancar do meu mundo e seguir em frente. Sair da minha casa pra perambular pela noite observando cada detalhe sem faltar sequer um. Nada passava despercebido diante de meus olhos curiosos.

Percebi que há muito mais alegrias nessa vida do que se pode fantasiar. Há sensações únicas nessa vida que nem o mais perfeito universo de ficção poderia ter. Sentimentos. Paisagens. Sabores. Aromas.

Correr riscos é necessário. É preciso superar todos os medos e continuar traçando o seu caminho, não importa onde ele termine. A vida é o que se faz dela, e não o que se leva dela. O melhor momento da vida é o presente. Não importa o futuro nem o passado. Não importa o que venha nem o que já foi. O que importa é o agora.

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